segunda-feira, 8 de setembro de 2014

História de Fundação de São José dos Quatro Marcos

A área que compõe o território quatromarquense foi satélite de Vila Bela da Santíssima Trindade, nos tempos da capitania de Mato Grosso. O movimento colonizador moderno teve início por meio de legislação especial, a partir de 1.946. Quem agiu na região ao norte de Cáceres, de modo intenso, foi a Comissão de Planejamento de Produção. O movimento na região de São José dos Quatro Marcos teve início como um desdobramento de atividades colonizadoras na região.
Os primeiros sinais de tomada de posse da terra, de modo efetivo, deram-se em 1.962, quando Zeferino José de Matos adquiriu uma área de terras da Imobiliária Mirassol, sediada no Estado de São Paulo. Zeferino José de Matos foi o pioneiro de São José dos Quatro Marcos.
Em 1.966, Zeferino José de Matos, Luiz Barbosa e Miguel Barbosa do Nascimento doaram 11,02 alqueires de terras para loteamento, a fim de se estabilizar um núcleo populacional. Na batida rudimentar do facão e da foice saiu o clareamento da mata, para logo o machado derrubar as necessárias árvores.
Foram fincados quatro marcos (sinal de demarcação) para balizarem os lotes rurais. As ruas abertas no alinhamento dos quatro marcos foram mais tarde denominadas Avenidas São Paulo e Bahia sendo que posteriormente a Avenida Bahia passou a chamar-se Avenida doutor Guilherme Pinto Cardoso. Esses quatro marcos se prestaram para se denominar o povoado e depois o município. A denominação São José adveio do protetor escolhido pela população.
Em busca de terras boas para plantio foram chegando famílias de São José do Rio Preto, Santa Fé do Sul e diversas outras regiões dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Em menor proporção, os nordestinos. Os primeiros produtos da terra foram: café, arroz, feijão e milho. Logo se assentou uma máquina de beneficiar arroz.
Em 1.966, Luiz Barbosa cedeu terreno para a construção da primeira escola de pau-a-pique com cobertura de pequenas tábuas. Chamava-se Escola Rural Mista de São José dos Quatro Marcos e localizava-se na área central do povoado, precisamente numa das conjunções das atuais avenidas São Paulo e Bahia.
Francisco Paulo de Brito deu início às aulas. No entanto, antes do término do ano letivo, abandonou a profissão, interrompendo-se as aulas. Mas logo no ano seguinte, 1.967, a escolinha reabriu. Os professores desta feita foram Nivaldo Mila e Maria Luiza da Silva.
Com o desenvolvimento do núcleo urbano, formou-se a Associação de Pais e Amigos do Bairro (APAB). Esta associação, com o apoio de Antonio Alvarez, então vereador do município de Cáceres, representando os interesses da Gleba de São José dos Quatro Marcos, solicitou ao governador José Manuel Fontanillas Fragelli a construção do prédio escolar condizente. Foram construídas, então, quatro salas de alvenaria.
Zeferino José de Matos, o grande benemérito, doou um terreno para construção da igreja. A primeira missa foi celebrada em março de 1.967, pelo padre Amadeu.
Em 1.968 concluiu-se a primeira estrada para Mirassol D´Oeste, facilitando o escoamento da produção de São José dos Quatro Marcos. Além da produção própria, provinda de afinco no trabalho do campo, a região toda crescia, favorecendo o crescimento conjunto.
Foto: Arquivo pessoal de Luiz Carlos Bordin

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Breve histórico dos índios Bororo na região

           Por mais de cinco mil anos os índios Bororo habitaram a região sudoeste do Estado de Mato Grosso, onde atualmente se localiza o município de São José dos Quatro Marcos. Os índios da tribo Bororo ou Cabaçais eram os habitantes das terras que atualmente formam os doze municípios da microrregião do Jauru.
           O antigo povo desta região foi denominado pelos paulistas de índios Cabaçais. Eles são parte da grande tribo Bororo que tiveram os sobreviventes remanejados e confinados na área indígena de Umutina, no município de Barra do Bugres.
           Conforme o site povos indígenas no Brasil, “O termo Bororo significa, na língua nativa, 'pátio da aldeia'. Não por acaso, a tradicional disposição circular das casas faz do pátio o centro da aldeia e espaço ritual desse povo, caracterizado por uma complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial".
           O site cita ainda que "a despeito de hoje terem direito a um território descontínuo e descaracterizado, a vigor de sua cultura e sua autonomia política tem atuado como armas contra os efeitos predatórios do contato com o 'homem branco', que se estende há pelo menos 300 anos”.
           Até 1956, pessoas que entravam nestas terras vinham em busca da Poaia (Ipecacuanha), para extrair da raiz a emetina, droga muito utilizada na farmacologia. Nos anos seguintes, não mais se viu a presença indígena da tribo Bororo ou Cabaçais na região. A exploração da Ipecacuanha já estava desativada e aos poucos surgia a movimentação para a ocupação regional.
Modelo tradicional de disposição das casas na aldeia indígena

Mulheres da tribo dos índios Bororos de Mato Grosso, em 1930

Dança ritual dos Bororos de Mato Grosso, em foto tirada em 1935

Moradia típica e trabalho artesanal dos índios Bororos