sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A chegada da pavimentação asfáltica em Quatro Marcos

         A expansão de emancipação política e administrativa de municípios na região Oeste de Mato Grosso, principalmente na microrregião do Vale do Jauru, foi primordial para que o governo do Estado criasse estratégias de investimento asfáltico na malha viária estadual da MT-175 e MT-170.
         Pela MT-175 os municípios de Mirassol D´Oeste, São José dos Quatro Marcos e Araputanga foram diretamente beneficiados, visto que o asfalto iniciou no entroncamento do Cacho, ou seja, na BR-174, e se estendeu até a cidade de Araputanga. O asfaltamento da MT-175 se deu no governo estadual de Júlio José de Campos entre os anos de 1.985 e 1.986.
Chegada do asfalto em Quatro Marcos - Avenida São Paulo
         Em São José dos Quatro Marcos a chegada do asfalto ocorreu por esta rodovia, sendo duplicada no perímetro da cidade, visto que neste trecho ela já possuía a denominação de Avenida São Paulo - nome dado em homenagem aos pioneiros e fundadores vindos das cidades paulista. A pedido do então prefeito Durvalino Peruchi, o governador autorizou a empresa a asfaltar também as ruas no entorno da Praça dos Bandeirantes e suas vias de ligação com a Avenida São Paulo.
Asfalto foi autorizado para o entorno da Praça dos Bandeirantes
         A terraplanagem para o asfaltamento da Avenida São Paulo foi um processo de grandes esperanças. Por ser ela parte da rodovia, o trânsito pesado constante levantava muita poeira, prejudicando os comerciantes nela instalados. Aguar as ruas era um ato normal para amenizar o incômodo da poeira nos estabelecimentos.
         A preparação da avenida para lançar o asfalto contou com inúmeros caminhões transportando cascalho. Eram duas fileiras de montes colocados um ao lado do outro em toda a extensão da avenida para elevar o nível do solo.
Governador Julio Campos inaugura lançamento da lama
         O lançamento da lama asfáltica foi marcado por uma grande movimentação populacional e ato político, com diversas autoridades e até mesmo com a presença do governador Júlio Campos. A concentração de lançamento se deu no cruzamento das avenidas São Paulo e Mato Grosso, precisamente de frente com o Supermercado Lima.
Concentração populacional em frente o supermercado Lima

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Primeira legislatura de Quatro Marcos homenageia fundadores

         A primeira legislatura de vereadores de Quatro Marcos homenageou dois dos três fundadores do município com o título de Cidadão Quatromarquense. A solenidade foi realizada em sessão plenária no dia 08 de setembro de 1.983. Receberam o título Zeferino José de Matos e Luiz Barbosa. O outro fundador, Miguel Barbosa do Nascimento, não foi homenageado com o título visto já ser falecido.
         O vereador José Valverde Filho, propôs o projeto de decreto legislativo nº 03/83 homenageando Zeferino José de Matos. Em sua justificativa citou que foi com muito esforço e esperança que Zeferino tornou seu sonho em realidade, indo além de criar uma cidade, dando início a um próspero município.
         “Sabemos que seu ideal era formar uma cidade, prova disto foi a sua missão grandemente árdua, que não foi em vão, pois logo após sua chegada demonstrou seu interesse e entusiasmo por esta terra, adquirindo terrenos e loteando-os”.
Fundador Zeferino José de Matos e o vereador José Valverde Filho
         Já o vereador Antônio Vasconcelos, através do projeto de decreto legislativo nº 06/83, homenageou Luiz Barbosa, por ser um dos fundadores, por ter dedicado os passos de sua vida e seu trabalho numa luta contínua para a concretização de sua sonhada aspiração, isto é, progresso para a comunidade.
         “Devido ao seu esforço e à sua luta, Quatro Marcos vem se desenvolvendo, motivando e atraindo a população a participar de seu ideal, despertando também grande interesse na migração em busca de melhores condições de vida”.
Fundador Luiz Barbosa e o vereador Antônio Vasconcelos

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

De quatro tocos nasce o município de São José dos Quatro Marcos

         Até o ano de 2.010 não havia nenhum registro referencial sobre a data correta da fundação de São José dos Quatro Marcos. Essa falta de registro levava as pessoas a terem dúvidas, visto que foi em 1.966 que se construiu uma escolinha para atender os filhos dos sitiantes e trabalhadores daquela região. E também pela existência dos quatro tocos que demarcavam as suas propriedades e que eram um referencial da escolinha.
Bandeira do Município simboliza os quatro tocos da Fundação
           Nilze José de Matos, filho de Zeferino José de Matos, esclarece sobre a data de fundação de São José dos Quatro Marcos. A referência à data oficial de fundação ele citou no documentário “Eles Acreditaram”, produzido pelo Departamento de Cultura do município no ano de 2.010. “No dia 15 de junho de 1.967 iniciou o eixo do patrimônio (...), cujo eixo começou na esquina dos quatro tocos, a gente chamava de quatro tocos porque eram quatro glebas”.
           Ao se referir aos quatro tocos como eixo inicial do patrimônio, Nilze deixa claro que eles já estavam ali; que foram fincados por ocasião de demarcação dos lotes de terras comprados pelos três fundadores Zeferino, Miguel e Luiz. Que os três, juntamente com a equipe de demarcação de terras, os fincaram para delimitar seus sítios.
           No mesmo documentário, Valdecir Barbosa de Souza, filho de Luiz Barbosa, explica a importância dos quatro marcos antes e após a demarcação. “Era um ponto de encontro. (...) As pessoas falavam assim: vamos nos encontrar lá nos quatro marcos”.
           Na mesma linha de informação, Fidélis José de Souza, um dos pioneiros que ajudou a construir a primeira escolinha em 1.966, recordou que onde existia os quatro marcos separando os lotes de terras de Zeferino José de Matos, Luiz Barbosa e Miguel Barbosa do Nascimento, passava uma picada que dava acesso a Mirassol D`Oeste. Uma outra picada partindo desta, dava acesso a vários sítios da região, no sentido do atual distrito de Santa Fé D´Oeste. No mais, era tudo mata virgem.
           Para ele, foi na festa de aniversário de um ano da escolinha que, estando reunidos Zeferino, Miguel Barbosa, Luiz Barbosa e outros pioneiros da localidade, que surgiu a ideia de escolher um santo para ser o padroeiro. E escolheram São José. Como Zeferino tinha o sonho de construir uma cidade naquela região, optou-se por ser ali: São José dos Quatro Marcos. Este dia era 15 de junho de 1.967.
           Já Inivaldo Mila, o professor que não desistiu, recordou que vieram em 1.966 para a região de São José dos Quatro Marcos para plantar café, num sítio que seu pai havia adquirido. Segundo ele, era só mato. E a escolinha era numa esquina. E tinha um campinho. E a localidade era derrubado novo. O resto era só mato. Ele chegou a frisar que não havia mais nada, a não ser mato na região. Ele começou a dar aulas em 1.967, com a reabertura da escolinha.
           Com a compra dos lotes de terras, os três fundadores convidavam parentes, amigos, conhecidos e empregados para se deslocarem de suas origens e fincarem raízes neste horizonte que eles vislumbravam. Muitas outras famílias também se deslocavam para a região, visto que o Governo Federal e do Estado de Mato Grosso investiam pesado em propaganda de venda de terras devolutas na região Oeste do Estado.
           Portanto, as famílias que se instalavam na região possuíam algum vínculo de conhecimento ou grau de parentesco e, por isso, se ajudavam mutuamente no desbravamento das terras, nas plantações e colheitas de suas produções agrícolas. E, lá na roça mesmo, já combinavam o encontro nas tardes ou nos finais de semana para se reunirem e se divertirem. Daí a frase: “vamos nos encontrar lá nos quatro marcos”.
           Esse “ponto de encontro” foi se desenvolvendo e ganhando forma, visto que eram doados terrenos para a construção de moradias e comécios. O local crescia e Zeferino, juntamente com Luiz Barbosa e Miguel Barbosa do Nascimento, iniciaram o patrimônio no dia 15 de junho de 1.967 a partir dos quatro tocos ali existentes.
           Ao idealizar e propor a fundação de uma cidade, Zeferino José de Matos planejara que as primeiras ruas e avenidas a serem abertas levariam o nome dos estados brasileiros. A principal delas recebeu o nome de Avenida São Paulo, em homenagem aos fundadores e primeiros pioneiros que vieram do estado de São Paulo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A chegada do cinema em São José dos Quatro Marcos

         A presença de uma sala de cinema em São José dos Quatro Marcos remonta proximidade com o meado da década de 1.970. O patrimônio iniciado em 1.967 se expandia e a instalação de um cinema era o primeiro passo para a formação de espaços de cultura e de lazer para a população local.
         No ano de 1.973 chegava no patrimônio, Conceição Marcolino Costa, com esposa e filhos. Conceição adquiriu um terreno e, nele, havia um enorme salão com uma máquina de arroz, já desativada. Esse terreno foi vendido e a máquina de arroz retirada do local.
         O prédio de madeira não ficou abandonado. Nele foi instalado o cinema de propriedade de Alceu Turazzi. Era um local bem visitado pelas famílias da época que se divertiam nas noites assistindo filmes. Enquanto isso, um novo prédio, em alvenaria, era construído no centro da cidade. Mais espaçoso, mais aconchegante e mais moderno ele passou a abrigar o cinema, que funcionou até meados de 1.980.
Prédio do antigo cinema em frente à Praça dos Bandeirantes
         O prédio de madeira, onde funcionou uma máquina de arroz e posteriormente o cinema, em pouco tempo foi desmanchado. Em seu lugar surgia novas instalações modernas para abrigar a primeira agência bancária do já distrito de São José dos Quatro Marcos. É o que relata Isméria Marcolina, uma das filhas de Conceição Marcolino Costa.
Prédio e equipe do Banco Financial em Quatro Marcos
         “Quando minha família chegou em Quatro Marcos, em 1.973, no lugar onde hoje é o Comercial Lima, era um prédio de madeira e nele tinha uma máquina de arroz desativada. Pertencia ao meu pai, o Sr. Conceição Marcolino Costa. Posteriormente, meu pai vendeu. Tirou-se a máquina de arroz, ficando o prédio, onde funcionou o cinema por algum tempo. Cheguei a assistir filme e até o globo da morte, lá neste local. Só depois é que derrubaram e construíram o Banco Financial. E quanto ao cinema, não me recordo se funcionou em um segundo lugar, antes de ir para o ‘Prédio do Tolon’, hoje Supermercado São José”.