Gritos em silêncio se ouvem do coração de pessoas que passam por momentos de profunda angústia. Não podem ser ouvidos por qualquer um, mas podem ser sentidos por aquele a quem o angustiado tem profunda admiração e amizade.
Muitas vezes o amigo é o único porto seguro mais próximo, a única tábua para um pequeno descanso no mar extremamente agitado da vida. E muitas vezes ele não que muito: apenas que ouça o seu grito silencioso de socorro; porque pedir socorro a um amigo nunca foi um ato vergonhoso.
Ao colocar o seu coração a gritar por socorro, a pessoa está se sentindo no fundo do poço e não vê outra saída a não ser a mão do amigo à sua frente. Mas como entender que existe alguém à nossa volta gritando em silêncio por um pouco de atenção?
Ah, o dom da amizade: esse não é encontrado nas portas do boteco; muito menos dentro dele como dizem por aí. Ele nasce de muitas lutas e conquistas, muitos sofrimentos e sorrisos, muita convivência harmoniosa entre duas pessoas que entendem o que Deus quer quando colocou elas lado à lado e na direção de um objetivo: levar esperança e criar oportunidades em atividades consideradas impossíveis por alguns a um determinado grupo da sociedade.
Quando o coração de alguém grita em silêncio por socorro, ele está pedindo ajuda a quem ele tem confiança, a quem ele tem admiração, a quem ele acredita que pode ser um pouco de alívio contra as angústias que sufocam sua alma, afinal, "amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito, dento do coração". Por isso o grito silencioso de socorro é feito de coração pra coração, de alma pra alma; em resumo: de amigo pra amigo.
Se você tem um amigo verdadeiro, amigo a quem você estima muito, não custa nada estender a ele um olhar caridoso e interpretativo: ele pode estar precisando muito de você e não encontra forças para pedir ajuda; então o seu coração emite esse grito silencioso de socorro que você pode até interpretar como um ato que te aborreça, que te aflija, mas que na realidade é a forma mais explícita de te pedir: por favor, me ajude!
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