terça-feira, 31 de outubro de 2017

As perspectivas econômicas na pós-queda do café e do algodão

No pós-queda do café e do algodão permaneceram as atividades econômicas do gado de corte e gado leiteiro, e, ainda, a agricultura familiar, que começava a ganhar fôlego no município.
Com a formulação das políticas agrárias, a partir de meados da década de 1.990, visando principalmente conter o êxodo rural, começaram a surgir os assentamentos e as pequenas propriedades agrícolas. As leis voltadas a fixar o homem no campo foi assegurando direitos e incentivos. E obtinham êxitos.
Mas mesmo obtendo êxitos no setor primário, a produção agrícola foi pouco expressiva e destinada basicamente ao autoconsumo e ao comercio local e regional. A produção de hortifrutigranjeiros, conforme João Antônio Tosti, era absorvida pelo comércio local e regional, ou seja, as culturas granjeiras e temporárias, como arroz, feijão, milho e mandioca, eram destinados ao consumo interno.
Em relação às culturas de hortaliças, 70% de sua produção tinha como destino o consumo interno e 30% para atender o consumo regional. As culturas perenes, como café, 80% de sua produção era absorvida pelo consumo interno e 20% para o comércio regional. No entanto, nas culturas de frutas, apenas 30% eram destinadas para o mercado interno e 70% era para exportação, atendendo municípios como Cáceres, Rondonópolis, Cuiabá e outros da região.
A produção agrícola do município no ano de 2001
Em relação à pecuária, o destaque veio na criação bovina, que em 2002 totalizou 147.533 cabeças. O criatório utilizado era o semiextensivo. Dos tipos de criação, tinha-se cria, recria e engorda, destacando as raças nelore e cruzado.
A pecuária leiteira era a principal fonte de economia do município e estava associada aos pequenos produtores, sendo desenvolvida com baixo nível tecnológico. Sua produção era comercializada diretamente pelos produtores com os consumidores, atendendo o consumo interno, ou destinado à industrialização nos laticínios da região e no Laticínio Vencedor, instalado no setor industrial do município de São José dos Quatro Marcos.
O gado de corte era mais para o abastecimento interno, sendo sua exportação ainda pouco expressiva. De acordo com a Secretaria Estadual de Fazenda, a carne consumida pela população era classificada como excelente qualidade, devido ao tratamento e cuidado com os animais e os critérios higiênicos adotados nos matadouros.
A evolução re rebanho bovino no período de 1987 a 2002
As atividades pecuaristas eram as grandes responsáveis pelo maior fluxo de capital no setor econômico de São José dos Quatro Marcos. O gado leiteiro, em 1987, era em média 51% do rebanho bovino, e, em 2002, representava em média 32%. Porém, comparando a quantidade de espécies bovinas em produção de leite e a quantidade de leite produzido, de 1987 a 2002, houve uma melhora na qualidade dos animais.
A melhora na qualidade dos animais se deu em função do trabalho do Sindicato Rural do município, da Secretaria Municipal de Agricultura e do Indea local, que ministravam cursos mensais sobre os cuidados com o rebanho bovino.
Além da pecuária bovina, também existiam outros tipos de criações, que vinham se destacando e gerando renda para os produtores.
A pecuária do município entre os anos de 1999 a 2002
Outra atividade explorada no município era o extrativismo vegetal e mineral, que eram pouco desenvolvidos, mas que o município possuía. Segundo relatórios da empresa de mineração Manati Ltda, que teve seu auge na década de 1990, havia uma vasta quantidade de ouro, argila, calcário, madeira de lei, plantas medicinais e outros ainda não explorados.
O setor da indústria frigorífica, desde 1987, atuava abatendo 1000 cabeças de bois diariamente. Sua produção era destinada para a região Sudoeste e Sul do Brasil, países da Europa e Estados Unidos da América e empregava cerca de 900 funcionários.
A indústria de laticínios ocupava o segundo lugar. Apesar de recém instalada, tinha capacidade de processar 160 mil litros de leite ao dia. Desse total, atuava com 90 mil litros ao dia destinado à produção do queijo mussarela, voltada ao abastecimento do mercado do estado de São Paulo.
Não demorou muito e o laticínio iniciou também a produção de leite em pó para atender indústrias de biscoitos do estado de São Paulo. Para que isso acontecesse, ocorreu um processo de ampliação da capacidade de produção da empresa, o que refletiu num maior giro de capital e empregos diretos e indiretos no município.
As indústrias emergentes no município de Quatro Marcos
No setor terciário, o comércio estava em pleno desenvolvimento e contava com 516 estabelecimentos distribuídos em diversas modalidades, destacando-se agências bancárias, produtos agropecuários, alimentícios, eletrodomésticos, móveis, vestuários, calçados, perfumaria e cosméticos, farmácias, estúdios fotográficos, audiovisuais, restaurantes, churrascarias, lanchonetes, bares, armarinhos, papelarias, livrarias, combustíveis e lubrificantes, ferragens, materiais elétricos e de construção, veículos e motocicletas, alfaiatarias, panificadoras e confeitarias, cerealistas, danceterias e outros de menor porte.
A chegada e instalação da Faculdade de Quatro Marcos – FQM, refletiu positivamente na movimentação financeira do município. Os imóveis, principalmente nas redondezas da faculdade, foram valorizados devido à grande procura, principalmente os residenciais. Depois do funcionamento da faculdade ocorreu um crescimento socioeconômico, advindo da implantação de empresas, comércios e prestadoras de serviços que atenderiam a demanda dos setores influenciados pela unidade de ensino superior.

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