Foi
no ano de 1964 que desembarcou no meio da mata virgem o senhor José Rosa Paes, 45
anos de idade, com toda a sua família, para fixar residência e trabalhar a terra
na área que na época tinha o nome de Gleba Mirassol. Casado com Cinércia Lopes
de Campos, veio com a determinação de aqui ficar e criar seus filhos.
Chegando
a Mirassol D´Oeste foi aconselhado que ali é que deveria estabelecer-se, visto
que logo adiante, na Gleba Mirassol, só havia mato. José Rosa Paes não esmoreceu
e posteriormente, com a informação dada por seu irmão Júlio Paes Landim,
auxiliar do engenheiro Nelson Clementino, que fazia a medição e estabelecia os
lotes, de que a terra era farta e fértil, encheu um tambor de 200 litros de
água e seguiu em frente.
Seis
homens equipados de foice e machado abriram um carreador para passagem do caminhão
com sua mudança. Chegando no local escolhido e necessitando de água, José Rosa
Paes abriu o primeiro poço e construiu sua residência que ficavam na área de
propriedade de Miguel Barbosa do Nascimento, para o qual trabalhava e começou a
derrubada da mata para a formação da roça que garantiria o sustento de sua
família.
Primeira casa construída por José Rosa Paes na Gleba Mirassol |
Em
pouco tempo outras famílias já haviam se estabelecido nas imediações e
tornou-se imprescindível a preocupação com a educação dos filhos. Então
formaram uma comissão e foram a Cáceres, sede do município, pedir ajuda das
autoridades que exigiram a construção de uma escola e a matrícula de no mínimo
25 crianças.
Carregando
madeira nos ombros, iniciaram a construção da escola, cobrindo-a com tábuas.
Participaram dessa empreitada José Rosa Paes, Waldemar Carvalho e Gerônimo
Marangão, contando ainda com a colaboração de muitos outros moradores e
proprietários de terra.
No
meio a esse trabalho todo e com a falta de um “bolicho” para fazerem suas
compras, os homens envolvidos na construção da escola começaram a antever o
nascimento de uma vila e começaram a indagar qual seria o nome que melhor se
adequaria. Então José Rosa Paes e Jerônimo Marangão chegaram a um acordo: São
José do Paraíso. O nome do santo São José era devido ao nome de José Rosa. E Paraíso
porque Marangão queria homenagear a exuberância e fertilidade do local.
Mas
outra necessidade se fazia premente. Deformação católica e devotos de São José,
os moradores começaram a construir a primeira capela da região e que teve como
altar um toco de árvore “garapeira”. Antes, porém, receberam a visita do padre
Amadeus, que além de rezar a primeira missa fez os primeiros batizados e
casamentos dos pioneiros. Foram batizados Arlindo Mazete de Carvalho e Izabel e
casaram-se Arquimedes e Dona Helena.
Em
seguida, José Rosa Paes vai a Cáceres e pede ao pároco que inaugure a igreja
recém-construída pela comunidade. Padre Elias vem e fica fascinado pela
organização e beleza da obra coberta de telhas francesas, cobertura essa que
era uma raridade na região.
Com
a sugestão de Padre Elias, já que à época havia se propagado o nome o nome de
Quatro Marcos, ponto de referência dos limites das áreas de terras de
propriedade de Miguel Barbosa do Nascimento, Luiz Barbosa e Zeferino José de
Matos ficou estabelecido o nome de São José dos Quatro Marcos. Apesar do lugar
ter um nome apenas como comunidade religiosa, o sonho de se ter uma cidade já
vinha sendo cogitado por Zeferino José de Matos.
José Rosa Paes e a esposa Cinércia Lopes de Campos |
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